Toda pessoa minimamente interessada em esporte tem conhecimento da importância de manter o
corpo hidratado durante uma sessão muito longa de exercícios.
Com a maratonista Kate Mori, o caso não era diferente. Aconselhada desde sempre a se manter à
frente de sua sede, Mori seguiu o conselho à risca na Maratona de Londres, em 2007, ingerindo
líquido em todos os pontos com água que encontrava durante o percurso.
Mas quando a linha de chegada se aproximou, Mori teve de ser amparada por outros concorrentes.
Horas depois, acordou em um hospital de Londres com diarreia, vômito e confusão mental.
Além disso, suas pernas pareciam continuar correndo, como se ela ainda estivesse na maratona.
O problema, como indicado pelo jornal The Telegraph, foi o fato de que Mori bebeu água demais,
o que a levou a desenvolver um quadro de hiponatremia associada a exercícios
(condição que, em inglês, é conhecida pela sigla EAH).Cuidados com a hiponatremia
Grosso modo, o excesso de líquidos acaba provocando uma intoxicação por água, fazendo com
que a concentração de sódio no corpo humano seja drasticamente reduzida. Isso causa uma espécie
de inchaço no cérebro, que pode levar a desmaio e até convulsões, além de confusão mental.
O professor Timothy Noakes, da Universidade de Cape Town, na África do Sul, afirma que o risco
de desidratação durante práticas esportivas foi exagerado demais pelos profissionais da área, o que provocou um aumento de casos de EAH.
Por isso, os atletas devem ter em mente que a ingestão abusiva de líquidos antes, durante ou depois
dos exercícios pode levar à morte.
Em entrevista para o The Telegraph, Noakes diz que não existe um caso sequer registrado de morte
por desidratação em maratonas. Entretanto, o mundo dos esportes já perdeu 12 atletas por causa
de EAH e, globalmente, são mais de 1,6 mil casos documentados de intoxicação por água desde 1981.
Quanto seria a quantidade ideal de água a ser ingerida por um maratonista?
De acordo com o professor Noakes, beber apenas para matar a sede seria o suficiente para manter
o equilíbrio de fluidos no corpo, e ultrapassar esse indicativo seria como estar ignorando um aviso
biológico que o próprio corpo nos dá.
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