sexta-feira, 1 de março de 2013

Vacina contra o HIV


Uma nova esperança na luta contra o vírus HIV ganha fôlego nas próximas semanas:
cientistas franceses vão dar início a testes clínicos com uma vacina contra a aids com 48 voluntários soropositivos em Marselha, no sul da França.

O professor Erwann Loret, responsável pela pesquisa, afirma que não será o fim da aids, mas há
expectativa de se conseguir substituir os coquetéis de antirretrovirais, que causam efeitos colaterais desagradáveis, pela vacina.

O infectologista Esper Kallás,professor da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de São Paulo, tem visão positiva sobre o estudo. “Toda descoberta científica é para ser
vista com muito  otimismo. Apesar de [a vacina] ainda estar em processo
de estudo, podemos ficar bastante animados.”A vacina terá como objetivo reverter a função da
proteína denominada Tat (Transativador de Transcrição Viral), que nos soropositivos protege as
células infectadas, fazendo com que o organismo não consiga reconhecê-las e e neutralizá-las.

Dra. Vivian Iida, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, explica que essa proteína é essencial para
que o vírus do HIV se multiplique. “A proteína Tat, produzida pelo próprio vírus, viruliza as células
do corpo e permite que o HIV tenha uma resposta explosiva dentro do organismo, o que acaba
afetando a  imunidade do indivíduo.
”Os 48 pacientes serão vacinados três vezes, com intervalo de um mês entre cada dose.
Depois, devem suspender o tratamento com coquetéis por dois meses. Se após esses dois meses a
taxa de vírus no sangue for indetectável, o estudo terá cumprido os critérios estabelecidos.
Os primeiros esboços de resultados são aguardados para o meio do ano.

Em caso de sucesso, 80 pessoas vão participar da segunda fase dos testes. Elas serão divididas em
grupos, e metade tomará a vacina e outra, placebo.

Apesar de animador, o anúncio também exige cautela. Os cientistas afirmam que serão necessários
vários anos para saber se a vacina constitui ou não realmente um avanço.

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