domingo, 20 de janeiro de 2013

Vacina de sapo na mira da policia


Promessa de cura para doenças, 'vacina de sapo' está na mira da Policia Federal

A chamada "vacina de sapo" usada por povos indígenas da Amazônia está na mira da Polícia Federal.
A secreção extraída de um anfíbio local chamado de "kambô" ou "kampô" (Phyllomedusa bicolor) tem sido enviada para várias cidades do Brasil e do exterior ela é vendida como suposta cura para as mais diversas doenças. Por falta de comprovação científica dos supostos benefícios à saúde, desde 2004, uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe o uso, o comércio, a distribuição e a propaganda do kambô como medicamento fora das aldeias.
um homem de 52 anos morreu após uma aplicação do kambô no interior de São Paulo. “Pode ser perigoso”, afirma o biólogo e pesquisador Denizar Missawa, da Universidade Guarulhos e do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Neip). Embora seja contrário à proibição, o biólogo alerta
que a substância tem uma ação no sistema cardiovascular que merece atenção. “É um coquetel de
substâncias bioativas; se isolarmos cada uma delas, vamos encontrar medicamentos que agem em diferentes
sistemas fisiológicos”. Para ilustrar, ele usa o exemplo de alguém que está com dor de cabeça e toma
uma farmácia inteira. “Com certeza, você terá tomado um medicamento para dor de cabeça, mas também
tomou outros que servem para outras doenças, o que não é saudável”, compara. O pesquisador lembra,
ainda, que a forma como as populações indígenas fazem uso do kambô é bem diferente do que tem sido
propagado nas grandes cidades. “As aplicações são envoltas em cuidados, como dietas alimentares e
comportamentais”, observa Missawa.
Para a aplicação da 'vacina de sapo', são feitos, com um pedaço de madeira quente, entre sete e nove
orifícios no braço (no caso de homens; nas mulheres, a aplicação é na perna). A secreção do sapo
amazônico é, então, inserida embaixo da pele com um canivete. Vômitos, diarreia, náusea e mal-estar são sintomas comuns. O efeito começa cerca de 30 segundos depois da aplicação e dura aproximadamente
20 minutos. Segundo a tradição indígena, o local de aplicação está relacionado às atividades da pessoa.
“Os homens precisam de força nos braços para a caça, e as mulheres necessitam de pernas fortes para
conseguir caminhar carregando cestos de macaxeira e os filhos”, explica o cacique Ni’i katukina

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