Eunice Baía tinha apenas oito anos de idade quando um carro de som passou em sua rua, numa vila de chão de terra, em Belém (PA), anunciando que a produção de um filme procurava meninas da sua faixa etária. "Fui correndo falar para a minha mãe. Achava que era para aparecer na televisão", disse ela, por telefone, ao UOL. A menina não sabia que produtores buscavam uma criança com ascendência indígena para viver nos cinemas a aventureira Tainá, personagem principal de uma das franquias infantis mais populares no Brasil. E foi ela mesma quem protagonizou "Tainá - Uma Aventura na Amazônia" (2001) e "Tainá 2 - A Aventura Continua" (2004), levando mais de 1,5 milhão de espectadores ao cinema.
Hoje, aos 22 anos e mãe de um bebê de oito meses chamado Antonio, Eunice passa seu bastão para a Wiranu Tembé no último filme da trilogia, "Tainá - A Origem", que chega aos cinemas no dia 8 de fevereiro. Mais de uma década depois da primeira experiência como atriz, Eunice relembra que, sem saber o que era atuar, teve que brincar de esconde-esconde com outras candidatas ao papel para que os produtores a conhecessem melhor. “Fui passando até chegar ao teste final com [a preparadora de elenco] Fátima Toledo”, conta. Apesar de ser descendente de índios da tribo Baré, Eunice teve que aprender muitas coisas que não faziam parte do seu dia-a-dia, como arco e flecha e palavras em tupi-guarani. O filme também foi responsável por uma verdadeira revolução na vida da garota, que nunca havia frequentado uma escola.
“Durante as filmagens, eu comecei a aprender a ler e a escrever. Uma professora me dava aulas nos intervalos das gravações”, lembra.
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